
Do Candomblé na sociedade hodierna
SAUDAMOS ÈṢÙ SENHOR DA COMUNICAÇÃO. Roger Bastide, eminente sociólogo francês que estudou as religiões afro-brasileiras, defendia que o...
A Comunidade Portuguesa do Candomblé Yorùbá (CPCY) nasce do desejo de ver o Candomblé reconhecido como religião de facto em Portugal, como parte do campo religioso português, não mais de uma forma subalternizada que o empurrasse para os caminhos do esoterismo, da espiritualidade, mas antes numa posição institucionalizada e juridicamente equiparada às demais «confissões» religiosas presentes no território nacional. Após uma intensa luta burocrática, apresentada a fundamentação jurídica, religiosa e histórica, em janeiro de 2010, nas comemorações do aniversário civil e do aniversário iniciático de Ìyá Sussu, líder religiosa desta comunidade, chega a carta do Registo Nacional de Pessoas Coletivas, serviço dependente do Ministério da Justiça, informando do reconhecimento da CPCY. Momento histórico. A partir de 19 de janeiro de 2010, o Candomblé e as formas diferenciadas de culto Yorùbá passam a figurar como parte do património religioso português, beneficiando de segurança jurídica. Através da Comunidade Portuguesa do Candomblé Yorùbá, o Candomblé configura-se como religião aos olhos do Estado português, dando exemplar passo num mundo onde as tradições religiosas de ascendência africana permanecem alvo de discriminação e perseguição. Desde os primórdios que a CPCY tem o propósito de convergir os sacerdotes em Portugal, aproximando agendas e criando um núcleo de diálogo, transparência e cooperação. Esse mote mantém-se fortemente presente.
Do ponto de vista religioso, em sentido estrito, a CPCY possui o seu Templo Central em Benavente, o Ilé Àṣẹ Ìyá Odò Irandiran Ìyá Nàso Oká. O número 28 na Rua da Primavera, numa antiga zona de caça da família real portuguesa, conhecida por Coutada Velha, na vila de Benavente, a 40 minutos de Lisboa, alberga a tradição dos Òrìṣà (Orixá). O terreno, com 10.000m2, começou a ser preparado em 2006, num longo processo de sacralização dos espaços, processo essencial para a instalação de uma confraria religiosa, de uma egbé Òrìṣà. São parte do património religioso e destaque do Terreiro da Casa Branca da Sesmaria Velha, o Ilé Èṣù, i.e., a Casa de Exú, o Ilé Fóribalẹ̀, o “barracão” de festas, o Ilé Ọ̀ṣun, a Casa de Oxum, o Ilé Ògún, a Casa de Ogum, o Omi-Adagun Ọ̀ṣun, o lago de Oxum, o pequeno vilarejo dos Orixá-Vodun, com o lago de Nàná, o bambuzal de Oyá, o ilé Igbalé, a casa dos Ancestrais, Orisun Omi Yèmọnjá, a Fonte de Iemanjá, e as inúmeras árvores consagradas. (carregue aqui para continuar a ler)
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Perante a informação divulgada entre as pessoas de terreiro, em Portugal, de que existe um pagamento para assistir às cerimónias públicas do Ilé Àṣẹ Ìyá Odò Irandiran Ìyá Nàso Oká, terreiro da CPCY, vimos denunciar como falsa essa informação. Mais se informa que além de a entrada ser gratuita também não é cobrada nenhuma mensalidade para se ser membro do terreiro. Desejamos que pelo dia de hoje, que é...
11 Fev. 2018 // Neste dia, numa iniciativa inserida na Semana Mundial da Harmonia Inter-religiosa, as congregações religiosas reconhecidas pelo Estado Português, reuniram-se no Jardim das Damas para um encontro inter-religioso. A organização deste encontro nasceu da parceria da Área de Ciência das Religiões da ULHT com a DIALOGAR – Associação para a Educação Integral e Espiritualidade e da Junta de Freguesia da Ajuda. Nas palavras da organização: O dia foi preenchido...